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Tecnologia, cultura e turismo: metodologia



A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa de mestrado Cibercultura e a potencialização da atividade turística (COSTA, 2005), que se transformou neste projeto integrado Tecnologia, cultura e turismo: potencialidades e complexidades de Porto Seguro-BA na era da cibercultura (COSTA, 2017) tem caráter crítico-analítico. O estudo parte do materialismo histórico e apoia-se na concepção dinâmica da realidade, incluindo relações dialéticas entre sujeito e objeto, conhecimento e ação, teoria e prática.


Privilegiam experiências, práticas, processos históricos, discussões filosóficas ou análises contextualizadas. Suas propostas são marcadamente críticas e pretendem desvendar mais que o conflito das interpretações, o conflito dos interesses. Manifestam interesses transformadores. Buscam inter-relação do todo com as partes e vice-versa, da tese com a antítese, dos elementos da estrutura econômica com a superestrutura social, política, jurídica e intelectual. (ANDRADE, 1994, p. 24)


Segundo o autor, a validade científica dessa tipologia de estudo dá-se nesse processo de correlações, que permite o desenvolvimento de uma lógica interna a partir dos procedimentos metodológicos adotados que devem fomentar articulações entre reflexões e ações e entre teorias e práticas. Assim, buscou-se pesquisas bibliográfica, documental e de campo, além de análise de conteúdo de sites referentes ao município. Os procedimentos adotados possibilitaram um levantando dados, análise e avaliação de aspectos econômicos, políticos, sociais e humanos no município de Porto Seguro promovidos pela atividade turística.

A pesquisa bibliográfica ocorreu durante todo o período do mestrado 2003-2005 reunindo temas em desenvolvimento tecnológico e sociedade, cultura, cibercultura, identidade cultural, comunicação, produção do imaginário e turismo. Já a pesquisa documental envolveu busca de dados em documentos e relatórios elaborados pela Bahiatursa em parceira com o Programa Bahia de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur-BA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Proposta de Delimitação das Áreas Tombadas dos Municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália elaborada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Na pesquisa de campo, utilizaram-se de entrevistas semiestruturadas para coletar informações junto a representantes de órgãos públicos, a residentes e a turistas. Para descrever a dinâmica do município adotou-se do método de etnografia, baseado em Malinowski (1973).

A pesquisa foi realizada em três períodos distintos. O primeiro de 25 a 30 de julho de 2003, momento de baixa temporada, foi observada a dinâmica do centro da cidade e realizada pesquisa documental junto ao Iphan e à Secretaria Municipal de Turismo. O segundo período deu-se na alta temporada entre 7 a 14 de fevereiro de 2004. O trabalho centrou-se na observância da atividade turística, foram realizadas entrevistas com o então presidente do Conselho Regional de Turismo da Costa do Descobrimento, Laércio Gomes da Silva, e com um representante da Funai, para discutir questões étnicas, além de entrevistas a residentes e turistas pelo método intencional não probabilístico por julgamento.

A última etapa da pesquisa ocorreu de 11 a 16 de outubro de 2004, na semana que compreende o período, denominado ‘sacola cheia’, cuja programação da cidade volta-se para jovens do eixo sul-sudeste. Nesse período, foram visitados o maior bairro popular do município, o Baianão, e outro de classe média alta – Paraíso Pataxós (Itaperapuã) –, estipulados como representativos de conflitos sociais do município. As duas comunidades são habitados por moradores locais, não tendo seus fluxos populacionais dependentes da atividade turística. Nesse período, também foram realizadas entrevistas com índios da aldeia localizada no município de Coroa Vermelha e com estudantes.


Análise de conteúdo de sites:


A pesquisa foi realizada através de buscas no sistema Google[1] com o título Porto Seguro Bahia, cujos sites investigados foram selecionados a partir da atratividade e facilidade de navegação. Foram identificados 720 sites e analisados 108. Por atratividade foram definidas velocidade de conexão, organização e interface. Entendeu-se que quanto mais rápida a conexão, mais facilmente o usuário pode se deslocar pelo espaço virtual; quanto mais simples a arquitetura do site, com cores, tipos e imagens harmoniosos e com efeitos que não desviam a atenção, mais conforto visual se propõe ao navegante; e quanto mais direta as informações contidas nos links mais facilmente pode-se conduzir o internauta aos outros links do site.

A pesquisa obedeceu a critérios definidos em um formulário, baseado em um modelo encontrado no site do grupo de Pesquisa em Cibercidades[2] da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (FACOM-UFBA). O formulário foi organizado em três tópicos que envolvem conteúdo, exploração das características do meio, categorias de atitudes evidenciadas, além de uma lacuna destinada a observações feitas sobre design, velocidade de conexão e os tipos de links disponíveis.

A estrutura do formulário resulta das considerações sobre imaginários turísticos do município, sua dinâmica socioeconômica e declarações de turistas, estudantes índios Pataxós.

FORMULÁRIO PARA ANÁLISE DOS SITES

Endereço eletrônico:

Características do site (velocidade de conexão, design, tipos de links):

Presença total dos conteúdos em sites analisados

Características do meio encontradas nos sites analisados

Categorias de atitudes disponibilizadas nos sites

[1] www.google.com.br.

[2] www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/cibercidade/.


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Sobre o autor:

Moabe Breno Ferreira Costa é graduado em Comunicação Social, pela UEPB, mestre em Cultura e Turismo (UESC-UFBA) e faz doutorado na UFRN –bolsista CNPq. É também professor universitário e tem mais de dez anos em experiência com comunicação institucional.

 

Currículo Lattes:

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4734564U1

sobre o Livro:
 

O Livro ‘Tecnologia, Cultura e Turismo: perplexidades e complexidades de Porto Seguro-BA na era da cibercultura’ busca entender a cultura turística, discutindo temas como virtualização e metamorfoses sociais e tecnológicas; apresenta uma associação entre turista e flâneur benajaminiano, além de uma noção de turismo cyberpunk, trazendo abordagens sobre raves, música eletrônica, ciber-moda. Há também uma análise de sites de empreendimentos turísticos e uma sugestão de construção da cidade virtual turística.

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